sábado, 3 de janeiro de 2009

UM BAR CHAMADO PONTO FINAL - por Samuel Rangel

PONTO FINAL – O BAR

Em 1991, quando idealizamos e realizamos a Quinta no CAHS (uma festa do Curso de Direito da UFPR que acontecia todas as quintas), os alunos mais antigos da faculdade sugeriram que levássemos para cantar um ex-aluno, que formado pela casa havia largado a advocacia para abrir um Bar.Então conheci a pessoa de Riad Bark. Vendo-o tocar naquela festa, percebi que era dono de uma belíssimo voz e de um vasto repertório. Simpático como sempre, convidou-me a dar uma canja em seu bar.Como estava no início do relacionamento com Danielle, entendi que era interessante para fortalecer o namoro, que eu a levasse lá e prestasse minhas homenagens com algumas canções.Foi assim que comecei a frequentar o Ponto Final. Em 1991.E de lá para cá eu e Riad a tudo passamos. Vivemos a perda dos irmãos do Riad, inclusive o simpático companheiro de palco Turquinho, a quem dediquei os meus mais responsáveis cuidados.De cima daquele palco, que resistiu ao tempo até este mês, testemunhamos muito, e não seria errado dizer que a vida nos tirou muito também. Hoje, eu com meus cabelos brancos, e o Riad já quase sem os dele (desculpa aí amigo, mas eu precisava aproveitar a piada), temos muitas histórias entre aquelas paredes verdes.Temos amigos que duram além dos anos. Temos pessoas que nos reconhecem nas ruas e nos mais inusitados lugares. As vezes não sabem nosso nome, mas sabem exatamente o que fazemos.Sabem o que fazemos por que nos viram fazer.E se nos viram fazer, vai aqui meu testemunho em relação ao Riad.Se em algum momento, você meu amigo Turco, sentir cansaço, e houve um canto de sereia te convidando a largar esse teu trabalho, saiba sempre que você não pode nos largar.Foi ali, dentre aquelas paredes, que tantos e tantos namoros começaram, hoje carregando filhos pelas mãos. E não seria errado dizer que os filhos de seus primeiros ouvintes hoje se amontoam as sextas-feiras para ouvir as mesmas músicas que ouviam seus pais. Foi exatamente dentre aquelas paredes de vimos tantas e tantas amizades desafiarem tudo e todos, para hoje fazer do Ponto Final, algo maior do que um bar. O Ponto Final hoje é um universo a parte. Um universo onde se pratica uma música artesanal e de qualidade. Um universo onde jovens de vinte e poucos anos, ouvem e cantam junto a música de Sérgio Bitencourt.Meu amigo Riad, minha amiga Marlene, Morais, Juarez e todos os outros da equipe. Vocês não são apenas donos de um bar como tantos e tantos por aí. Vocês são os anfitriões da dimensão paralela, os comandantes da resistência, os amigos que fazem amigo os amigos dos amigos.Um bar de Julianas e Lucianas, Andréias e Adrianas. E com o perdão pelos nomes que o tempo me roubou, o bar da Drika, do França, da Babi, da Jurema, da Tiana, do Diniz, do Aujor, da Ju Brandão e da Ângela, do Amilton, do Henrique, do Boca, da Luzia, da Ju Bertuzzi e da Vivi, da Ander e do Arthur, do Negretti e do Trói, da Michelle, da Vilmari e da Flávia, do Daniel e da Cláudia, da Fernanda, do Zé Maurício, do Andretta, do Domingos, do Dartagnan, do Ronaldo, do Ítalo ... Um bar de todos nós.Um grande abraçoSamuel RangelPs. E com certeza o Caê achou que eu ia esquecer de fazer esse remendo. Mas ta aqui o registro do cara que tem a voz mais potente do Ponto Final.

Nenhum comentário: